Colheita na cidade

Produção da safra 2013/2014 vai injetar R$ 83 bilhões na economia gaúcha

Leandro Belles

A safra recorde anunciada recentemente pelo governo do Estado, conforme expectativa da Emater, deve encher os silos e movimentar a economia do Estado. Estimativas da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul) apontam que a produção agrícola vai injetar ao menos R$ 24,1 bilhões na economia. Esse montante salta para R$ 83,9 bilhões se considerarmos o movimento da produção antes e depois do cultivo.

Esse valor bilionário inunda as cidades, que comemoram o aumento de vendas em concessionárias de máquinas, lojas de automóveis e construtoras. As cidades da região, que têm importantes polos produtores de grãos como Tupanciretã, Cruz Alta, Júlio de Castilhos e São Gabriel também colhem os dividendos da produtividade alcançada nas lavouras.

Temos uma boa demanda para a produção, tanto para o mercado doméstico quanto para o internacional. Por causa disso, é muito positivo o cenário atual diz Henrique Dornelles, presidente da Federarroz.

Na região, 95% da safra de arroz já foi colhida. Na soja, a estimativa é que os grãos já foram retirados de 90% das lavouras. Como houve problemas isolados de estiagem na região, as médias de produtividade são boas, o que garante bolsos cheios para a grande maioria dos produtores. Com base em levantamento feito com mais de 80% da safra finalizada, a Emater assegura que a produção de grãos deve ser recorde e deve ultrapassar 30 milhões de toneladas.

O otimismo voltou para a lavoura. Está se pagando contas e também está se investindo em maquinários e em tecnologia. Com certeza, após uma boa colheita, os produtores costumam investir em maquinário e em novas tecnologias ressalta Sérgio Renato Freitas, presidente do Sindicato Rural de Santa Maria.

Dois anos de colheita farta capitalizaram o agricultor

Depois da colheita frustrada de 2012, devido à seca, os produtores rurais acumularam duas safras cheias. Com mais dinheiro disponível, o setor aumentou os investimentos em máquinas, equipamentos e fertilizantes e levou junto outros setores produtivos. Maurilan Freire, gerente geral de negócios da concessionária de máquinas agrícolas Verdes Vales, diz que os produtores estão apostando em mais tecnologia graças à capitalização.

Em função dos resultados, o produtor está investindo em máquinas cada vez mais eficientes.

Para Gilnei de Freitas Crescêncio, supervisor de venda da Itaimbé Máquinas, o agricultor voltou às compras com tudo, principalmente de tratores e colheitadeiras com alta tecnologia.

Em Santa Maria, vendas de caminhonetes podem aumentar até 50%

Se as revendas de máquinas faturam, as de veículos também são destino confirmado dos ganhos da lavoura. A venda de automóveis, especialmente caminhonetes, neste período pós-safra, aumenta até 50%. Conforme Carlos Costabeber, diretor da Superauto, a expectativa é vender até 120 unidades do modelo Ranger, que tem valor médio de R$ 120 mil, nos meses após a colheita.

No ano passado, foram 80 unidades. Neste, esperamos um resultado melhor, já que o agricultor teve sucesso graças a duas situações: produtividade e bom preço do produto.

Segundo o gerente de vendas da Pampeiro, Rogério Pivotto, o movimento na concessionária já começa a aumentar no período em que a colheita vai terminando.

Fica difícil estimar um valor. Mas que vamos vender bem para esse público, eu não tenho dúvida.

Conforme a Federação das Indústrias do Estado (Fiergs), somente a produção de agroindústrias representa 25% do PIB gaúcho.

O produtor André Santos, 41 anos, de Cruz Alta, espera comprar um trator novo após a finalização da colheita de soja na área de 300 hectares. A intenção é investir em um modelo mais moderno e de maior funcionalidade.

No setor da construção civil, o dinheiro do campo também alicerça negócios. S

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